Nova disputa eleitoral para mostrar estratégias que deram certo


Carlos Fehlberg
As alianças, trunfo tucano nas duas primeiras vitórias, mudaram de endereço...
Lula acreditou e fez as alianças A disputa presidencial de 2014 poderá registrar um dado inédito se o PT vencer. Será a sua quarta vitória consecutiva, duas com Lula, uma com Dilma, até agora. Desde o fim do Estado Novo e, mais tarde, após a redemocratização em 1986, houve certa alternância. A sequência petista é que chama atenção e a força da base aliada tem registrado uma influência decisiva. Resistente no inicio a coligações, o PT sentiu que na aliança estaria um dos caminhos para crescer.

E cedeu, primeiro, ao PR, oferecendo a vice a Josè Alencar cuja condição de líder empresarial também contava. Enquanto ia ajustando seus esquemas e composições políticas, na qual entraria mais tarde o PMDB, o PT consolidou sua posição. E, curiosamente, transferia o problema para seu maior adversário, O PSDB. Este mostrou dificuldades na busca de alianças e na escolha de seu vice. A tranquilidade que Marco Maciel (PFL) oferecia ao governo e a Fernando Henrique deve ter influído, entre outras razões, para o PT mudar de ideia em relação às composições.

 E elas passaram a ser um problema do adversário... Foi assim desde 2002 com Serra claudicando na escolha e continuou nas eleições seguintes. A base política sempre decisiva foi entendida e executada pelo PT, mas curiosamente colocada quase em plano secundário pelos tucanos. Até porque os tradicionais parceiros do PSDB se enfraqueciam. Entre muitos fatores este, o da valorização da aliança na campanha e depois no governo, desponta como um dos fatores que entra na análise do comportamento eleitoral nos últimos dez anos. E um breve balanço desse período mostra que, depois de Marco Maciel, os tucanos só perderam e o PT passando a adotar a fórmula só venceu, no início com José Alencar e depois com Michel Temer. Uma lição apreendida com o adversário que, sem parceria forte, cometeu sucessivos equívocos na composição da chapa.

Paulo Bernardo: "Não dá para ele( Aécio) e a oposição ficarem torcendo a favor do 'pibinho' e do apagão. Frente do contra é frente fria",

Começa o debate
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, partiu para o ataque contra a oposição e disse que o tucano Aécio Neves torce pelo "apagão" no fornecimento de energia e pelo "pibinho", baixo crescimento da economia. E foi adiante , no mesmo tom: "Não dá para ele e a oposição ficarem torcendo a favor do 'pibinho' e do apagão. Frente do contra é frente fria", afirmou Bernardo que seguiu na sua crítica: "Há vários banqueiros na equipe dele, é o partido do juro alto. Ele reúne a velha guarda de economistas com uma receita velha: imposto alto, juros altos e corte de gasto, com os programas sociais do governo (como o Bolsa Família) indo para o vinagre."

Marina, nome forte da oposição

Olha aí Marina...
Bernardo foi além dizendo que, se Marina Silva conseguir montar um partido para alavancar sua candidatura presidencial, será ela, e não o tucano, o principal nome da oposição na disputa pelo Planalto.

Lula volta
Lula vai reunir na próxima segunda-feira integrantes do primeiro escalão do governo federal e intelectuais para debater a política externa brasileira e a integração com a América Latina. O ex-presidente deverá falar sobre os “caminhos progressistas para o desenvolvimento”, tema do encontro promovido pelo Instituto Lula, em um hotel em São Paulo.

O debate deve ter também a presença do ex-ministro da Economia da Argentina Aldo Ferrer; do ex-ministro de Relações Exteriores do Paraguai Lara Castro; do ex-ministro da Economia do Chile Carlos Ominami e do ex-ministro de Planejamento Luis Maira, ambos do Chile; do ex-ministro de Relações Exteriores do Equador Fander Falconi; do ex-primeiro ministro do Peru Salomon Lerner e do senador uruguaio Alberto Couriel.

No fim do mês, o ex-presidente irá a Cuba para uma conferência e para participar do lançamento do livro “Os Últimos Soldados da Guerra Fria”, de Fernando Morais. A partir de fevereiro Lula também deve iniciar uma série de viagens pelo país.

Campos: "Não vou interferir na eleição da presidência da Câmara"

Eleição está prevista para o dia 4 e o comando partidário tem reunião em S.Paulo.
Bancada escolheu Julio Delgado O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, teve um encontro reservado ontem com o deputado federal Júlio Delgado, candidato à presidência da Câmara dos Deputados por indicação da bancada socialista. Apesar de ter sido recebido pelo presidente nacional da legenda, Delgado não obteve o apoio formal do governador. "Eu disse a ele que não vou interferir no processo.

Já fui deputado, sei que esse tipo de interferência não agrada os parlamentares", afirmou Eduardo Campos. Mas o deputado avaliou o encontro como positivo. "Estou extremamente satisfeito pela forma como fui recebido pelo governador", disse sem apresentar mais detalhes sobre as propostas de sua candidatura. De Recife, Júlio Delgado seguiu para a Paraíba, governada pelo também socialista Ricardo Coutinho.

Outras versões chegaram a anunciar o apoio, não confirmado. A bancada do PSB, porém, confirmou a escolha da candidatura de Júlio. A eleição está confirmada para as 10 horas do dia 4 de fevereiro. Sete integrantes titulares, além de quatro suplentes de secretário serão eleitos para um mandato de dois anos. Segundo o cronograma divulgado pelo presidente da Câmara, Marco Maia, os deputados têm até meio-dia de 1º de fevereiro, para formar blocos parlamentares. Nesse mesmo dia, haverá uma reunião de líderes para escolha dos cargos da Mesa, de acordo com a proporcionalidade partidária.

Eduardo Campos: “Já fui deputado, sei que esse tipo de interferência não agrada os parlamentares"

Regras
Para ser eleito, o candidato precisa do apoio da maioria absoluta dos deputados, ou seja, 257 votos. Se ninguém atingir este número, haverá segundo turno com os dois mais votados. Nesse caso, para eleição serão necessários os votos da maioria simples dos deputados, ou seja, a maioria comum, sendo obrigatória a presença de pelo menos 257 deputados.

Câmara: PMDB atento
O PMDB não se descuida e o seu presidente (licenciado), Michel Temer está atento à eleição na Câmara Federal. Na quinta à noite, Temer e Henrique Eduardo Alves se reúnem com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, na sede do governo paulista. Depois terão um encontro com a bancada de deputados federais paulistas, às 19h30. Henrique Eduardo Alves é o favorito para presidir a Câmara, sendo o indicado pelo PMDB a partir de acordo revezamento com o PT, que detém a presidência da Casa com o deputado Marco Maia. Alvo de denúncias, Eduardo Alves tem o apoio do Partido.

A primeira mulher na presidência

STJ
A vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministra Eliana Calmon, assumiu a direção do Tribunal até o fim de janeiro, quando termina o recesso no Judiciário. Primeira mulher a chegar ao cargo, ela substituirá o presidente do STJ, ministro Felix Fischer, pelo restante das férias forenses.

Novo Partido
Na próxima terça-feira a ex-senadora Marina Silva promove reunião que tem como tema a formação de um novo partido. Quer obter opiniões de militantes. Para viabilizar o Partido, Mariana e seu grupo precisam recolher 500 mil assinaturas até o início de outubro. A ex-senadora e deputada Heloisa Helena já confirmou seu ingresso no novo partido.

PEC social
A relação de direitos sociais previstos na Constituição Federal, que inclui o direito a educação, previdência social e proteção à maternidade e à infância, pode ganhar item novo em breve. A PEC em análise na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado prevê a inclusão da proteção à adolescência na lista. De iniciativa do senador Paulo Bauer, a proposta altera o artigo 6º da Constituição para mencionar a proteção à adolescência. Segundo o autor da matéria, há na Carta Magna uma lacuna no trecho sobre proteção social, já ampliado em vários aspectos, mas que ainda não trata do direito à adolescência.
Primeiro ele ajudou neto de Tancredo a assumir presidência da Câmara. Agora, FHC conduz a candidatura de Aécio ao Planalto

Condições internas favorecem o líder mineiro, pois PSDB já teve muitos revezes.
FHC de novo apoia Aécio Neves Ação política de Aécio, inspirada na experiência do avô, sempre surpreendeu. Ele chegava cedo na Câmara, no seu primeiro mandato. Depois de ter acompanhado de perto seu avô, Tancredo Neves, como secretário no governo mineiro e na campanha presidencial, Aécio Neves acabou ocupando uma primeira posição importante, a de presidente da Câmara Federal. PFL e PMDB vinham dividindo o comando da Câmara, há muito tempo, e não cogitavam de que o partido do Presidente da República, Fernando Henrique, o PSDB, tivesse um concorrente capaz de quebrar o equilíbrio que existia, numa espécie de revezamento, entre PMDB e PFL na presidência da casa.

Uma aposta...
Por isso a surpresa causada pela candidatura Aécio que decidiu apostar. Na festa de comemoração de seu aniversário, no Iate Clube de Brasília, o seu lançamento tornou-se uma surpresa para os próprios aliados. Nela, o presidente da República, Fernando Henrique, deu o tom, apontando Aécio como um dos grandes políticos da nova geração, abrindo caminho para sua candidatura para presidir a Câmara. Elogios que foram seguidos por intervenções de deputados de vários partidos. Apenas o PFL que mantinha aspirações se manteve reservado... Com o apoio do Presidente e sua base parlamentar mais fiel, a candidatura de Aécio prosperou.

Depois o governo...
Poucos anos após, Aécio dava outro lance, impulsionado agora pelo ex-presidente e ex-governador mineiro, Itamar Franco, concorrendo e elegendo-se para o executivo de Minas Gerais, seguindo os passos de seu avô, Tancredo Neves. E sendo reeleito. Agora a meta é maior, mas o jogo desenvolvido não é muito diferente. Entre as semelhanças a insistência e busca de novas áreas de apoio. A experiência no confronto interno já existe...

O novo lance
E conhece tanto que não houve novidade quando, há pouco tempo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, lançou-o de novo, desta feita, à presidência da República. As condições internas favorecem o líder mineiro na medida em que o PSDB vem de revezes e a tentativa pareceu oportuna para FHC. Ainda é cedo, porém, diante de algumas reações que surgiram, mas o que chama atenção é a reedição do processo.

Lula foi visitar a prefeitura de SP

Lula com Haddad
Em sua primeira visita à Prefeitura de São Paulo depois da posse de Fernando Haddad, o ex-presidente Lula se reuniu com o prefeito e, logo após, com dez secretários, a maioria do PT, além da vice-prefeita, Nádia Campeão. Haddad relatou que foram discutidas as possibilidades de parcerias da prefeitura com os governos estadual e federal, além da participação popular na gestão municipal. O ex-presidente, segundo o prefeito, deu como exemplo de parcerias bem-sucedidas as da prefeitura e do governo estadual do Rio com a União. Lula afirmou, segundo Haddad, que agora a possibilidade econômica para parcerias é melhor, diferente de dez anos atrás, e que há um amadurecimento da classe política “ao colocar os interesses do cidadão acima da disputa partidária”.

Restrições a novos partidos
De autoria do deputado Marcio Bittar, um Projeto de Resolução veda a novos partidos o acesso à estrutura disponível às legendas com representação na Câmara no decorrer da legislatura em que forem criados. Pelo mesmo período, essas agremiações (novas) também não poderão presidir comissões permanentes. Segundo Bittar, “se o novo partido político não participou de nenhuma eleição, não elegeu nenhum candidato, não pode, ao atrair parlamentares já eleitos, conseguir os direitos da agremiação partidária que elegeu o político que migra para o novo lar ideológico”. A proposição tramita pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e depois seguirá para votação pelo Plenário em regime de prioridade.

Marcio Bittar: “Se o novo partido não participou de eleição, não pode atrair parlamentares já eleitos”.

Decisão esperada
O presidente em exercício do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, rejeitou pedido de liminar em mandado de segurança que visava impedir o Congresso Nacional de votar o veto parcial ao projeto que deu origem à Lei dos Royalties. A medida havia sido solicitada pelo senador Magno Malta e pelas deputadas federais Sueli Vidigal e Lauriete.

Na decisão contrária ao pedido de Magno Malta, Lewandowski diz que o modelo de votação dos vetos acumulados é questão da competência do próprio Legislativo. “O ato impugnado nesta ação mandamental cinge-se ao conflito interpretativo de normas regimentais do Congresso Nacional, de cunho interna corporis, que escapam, pois, ao arbítrio do Judiciário”, argumenta o ministro. Lewandowski decidiu a respeito da liminar porque, durante o recesso do STF, essa tarefa cabe ao presidente da Corte. O mérito do mandado de segurança ainda será julgado pelo conjunto dos ministros.

Reação
O candidato favorito para assumir a presidência da Câmara, o deputado Henrique Eduardo Alves divulgou uma carta com 14 compromissos para sua gestão que passam pela discussão do orçamento impositivo e da reforma tributária. Uma ação que procura demonstrar sua disposição em manter a candidatura, que vinha sendo contestada.
Presidência do Senado: PSDB não aceitaria indicação de Randolfe e outros nomes aparecem em oposição a Renan Calheiros(PMDB)

Entre eles estão Pedro Tacques, Cristovam Buarque, Jarbas Vasconcelos e Simon.
Renan Calheiros
O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias, disse ontem que a candidatura do senador do PSOL Randolfe Rodrigues à presidência do Senado é "isolada" e não deverá ter o apoio dos tucanos. Randolfe aproveitou a divulgação de um manifesto que compara a volta do líder do PMDB, Renan Calheiros ao comando da Casa a práticas políticas da República Velha: "Acho a atitude do Randolfe isolada", criticou o líder tucano. O PSDB trabalha com duas alternativas para a sucessão de José Sarney, marcada para o dia 1º de fevereiro em votação secreta. A primeira delas é o lançamento de um nome de dentro do próprio PMDB para se contrapor a Renan Calheiros, como os senadores Pedro Simon, Jarbas Vasconcelos ou Ricardo Ferraço. Seria uma forma de respeitar a tradição do Senado de eleger presidente um representante da maior bancada. Outro caminho é apoiar o senador do PDT Pedro Taques na disputa.

Outros caminhos
Para o líder tucano, Álvaro Dias, a alternativa de encontrar um nome para fazer frente a Renan Calheiros "não se esgotou". O senador adianta que ele, pelo menos, não apoiará o nome de Renan. O líder tucano disse que pediu para a assessoria técnica do partido elaborar uma pauta-teste para a eleição da Mesa Diretora que deverá ser entregue aos candidatos. Entre os temas, estão a apreciação dos vetos presidenciais, a reforma administrativa e o aumento da independência do Congresso em relação às medidas provisórias editadas pelo Executivo.

Álvaro Dias: Acho a atitude (candidatura) do Randolfe isolada"

Como foi
Randolfe lançou a candidatura com o apoio de um grupo de senadores independentes. Ele e o senador Cristovam Buarque começaram a distribuir um manifesto aos demais parlamentares em que pedem compromissos a serem cumpridos pelo novo presidente da Casa. Entre eles está a criação de um comitê de acompanhamento e controle de gestão, para que os parlamentares possam acompanhar as decisões tomadas pela Mesa Diretora da Casa. Mas outro nome que começou a crescer é o do senador Pedro Taques, ainda que se lembre também o nome de Jarbas Vasconcelos, admitindo-se que um grupo do PMDB está em franca atividade buscando alternativas.

Recursos
Na linha de defesa de petistas condenados no mensalão e como protesto à decisão do STF, o diretório do PT no Distrito Federal vai arrecadar dinheiro para pagar às multas que foram aplicadas a ex-dirigentes da legenda no processo. A juventude do PT local está vendendo convites, que variam de R$ 100 a R$ 1.000, para um jantar oferecido em Brasília.

Sandra Cureau : ação no Supremo

Contas de campanha
E a procuradora-geral da República em exercício, Sandra Cureau, entrou com uma ação direta de inconstitucionalidade no STF para impedir políticos que tiveram contas de campanha reprovadas possam se candidatar a cargos eletivos.

Unidade
Enquanto isso setores do Planalto têm suas atenções voltadas para a eleição no Congresso, pois ainda que não tenha se manifestado em favor de nomes, acompanha com preocupação as disputas na base aliada que não lhe interessam. O comando das duas casas do Congresso e a unidade do bloco governista são importantes para os próximos e últimos dois anos de Dilma.

Comentários

Postagens mais visitadas