Lula critica Serra no lançamento de Haddad

Carlos Fehlberg
Campanha: mas tucano decide não responder

Campanha em SP: ex-presidente Lula e Fernando Haddad/Foto: Heinrich Aikawa
PSDB: "Ele (Lula) não é o candidato e nós não vamos cair nesta armadilha"

Apesar das atenções voltadas para denúncias, CPIs e um debate político em torno do julgamento do mensalão, o fim de semana também foi marcado pela campanha eleitoral quando o PT lançou oficialmente a candidatura de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo. O ex-presidente Lula foi o destaque. Em seu discurso, Haddad elogiou a gestão de Marta Suplicy na prefeitura de São Paulo e chamou Lula "de presidente de honra" do Brasil, além de criticar a gestão do atual prefeito Gilberto Kassab, que apoia Serra. Lula falou mais de dez minutos e sem citar nome, criticou o principal adversário de Haddad, José Serra: "Os teus adversários são possivelmente os mais frágeis adversários. Tem um que já está desgastado. Eu nem sei por que ele foi candidato a prefeito. Alguém que foi eleito prefeito e não exerceu o mandato. Alguém que usa a cidade apenas como trampolim para ser candidato a governador. Que achou que governador era pouco, que não cumpriu o seu mandato e saiu para ser candidato a presidente e tomou uma tunga da presidente Dilma...” disse Lula sob aplausos da militância.
Os ministros Aloizio Mercadante, Miriam Belchior, Alexandre Padilha e José Eduardo Cardoso compareceram ao encontro.

Serra não polemiza
Tanto a assessoria quanto o chefe da coordenação de campanha do tucano José Serra, Edson Aparecido, asseguram que o ex-governador não reagirá às críticas feitas por Lula. Líderes tucanos dizem que Lula quer chamar Serra para o debate: " Ele não é candidato. Nós não vamos cair nessa armadilha". Além da assessoria, o chefe da coordenação de campanha também informou que Serra não responderia.

O Mensalão
O presidente do STF, ministro Carlos Ayres Britto, começou a preparar em conjunto com ministros do STF ações para fazer frente à estratégias que possam ser usadas para retardar o julgamento do mensalão. Nesse sentido foi solicitado à Defensoria Pública que fique de sobreaviso. O jornal “ O Estado de S. Paulo” traz ampla matéria em sua edição dominical, intitulada “Supremo monta blindagem para evitar atrasos em julgamento do mensalão”. E diz que como prevenção, ministros preparam alguns antídotos, como deixar defensores públicos de sobreaviso para agilizar a publicação de acórdão para que as penas sejam cumpridas de imediato.

E outra novidade: O Supremo Tribunal Federal poderá julgar nos próximos dias dois recursos oferecidos no caso que ficou conhecido como "o mensalão tucano". Trata-se do suposto desvio de recursos públicos em 1998, ano em que o então governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo, do PSDB, disputou a reeleição

Pedro Simon: “As proezas do senhor Cachoeira vêm de longe e se tivessem sido tomadas as providências, desde o episódio da propina com Waldomiro Diniz, a crise não teria chegado onde chegou”

Ficha Limpa
Entidades ouvidas em audiência pública da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania do Senado se colocaram contra o Projeto de Lei Complementar que altera a Lei da Ficha Limpa. A OAB, a CNBB e a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) criticam a proposta, que torna inelegíveis os candidatos que tiveram as contas rejeitadas somente se houver sentença definitiva da Justiça. Atualmente, a Lei da Ficha Limpa não exige a manifestação da Justiça para que o político se torne inelegível por oito anos. Basta que as contas sejam rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União por "irregularidade insanável" caracterizada como ato de improbidade administrativa.

Para o presidente do Tribunal de Contas da União, Benjamin Zymler, o projeto retira a eficácia da regra atual. “Condicionar essa decisão a uma ratificação judicial é simplesmente fazer com que se espere anos e anos a fio até o trânsito em julgado ou até que um colegiado aprecie essa questão”, disse Zymler.

Simon e o cenário
Na avaliação do senador Pedro Simon, as ações criminosas de Carlinhos Cachoeira não teriam prosperado se tivessem sido punidos os responsáveis pelo esquema de pagamento de propina revelado em 2004, por meio de conversa gravada entre o contraventor e Waldomiro Diniz, então assessor da Casa Civil: “As proezas do senhor Cachoeira vêm de longe e se tivessem sido tomadas as providências, desde o episódio do grampo de propina com Waldomiro Diniz, a crise não teria chegado aonde chegou” disse ele.

O senador questionou o fato de o aparato de fiscalização da Receita Federal, “um dos mais sofisticados do planeta”, segundo ele, não conseguir identificar negociações ilícitas envolvendo grandes empresas, como as que estão sendo agora investigadas pelo Congresso por meio da CPI.


Atenções voltadas agora para depoimentos de governadores
Antes, CPI deverá ouvir depoimentos de pessoas ligadas ao governador de Goiás
A CPI do Cachoeira já aprovou requerimento para convocar o governador de Goiás, Marconi Perillo e o de Brasília, Agnelo Queiroz. Os depoimentos foram agendados pelo presidente da CPI, senador Vital do Rêgo para os dias 12 e 13, respectivamente. E os advogados do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, também já apresentaram requerimento à CPI do Cachoeira para pedir acesso amplo a toda a documentação referente às Operações Vegas e Monte Carlo, que subsidiam o trabalho da comissão. O requerimento também pede permissão para que os advogados possam assistir a todas as sessões da CPI, inclusive as secretas. Antes, a CPI que investiga as relações de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com agentes públicos e privados deverá reunir-se, neste início de semana, para colher depoimentos de quatro pessoas que seriam ligadas ao governador de Goiás, Marconi Perillo. A reunião está marcada para as 10h15, segundo informa a Agencia Senado.

Presidente da CMPI
O senador Vital do Rêgo realizou exames no fim de semana no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Segundo o boletim médico, o parlamentar passou por um cateterismo, que apresentou resultado dentro da normalidade. Vital é o presidente da CPI no Congresso que investiga a relação do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos.

Relator atento
Enquanto isso, o senador Humberto Costa, relator do processo contra o senador Demóstenes Torres no Conselho de Ética, considerou pouco provável que seja bem sucedida qualquer articulação no sentido de absolvê-lo em Plenário. Informações que circularam dizem que um grupo de senadores estaria planejando esvaziar a sessão se Demóstenes for condenado no Conselho de Ética, o que levará o processo ao Plenário.

 Humberto Costa diz que embora não tenha ainda juízo formado em relação ao caso, não acredita que isso vá acontecer, até porque a sociedade brasileira está inteiramente sintonizada com os fatos no Senado e não vai admitir que, se for o caso de votar alguma punição ao senador, representantes se ausentem sem razões extremamente justificáveis. O relator evitou também qualquer comentário sobre as conclusões do documento que irá apresentar ao Conselho de Ética: o teor do seu relatório, assim, só será conhecido no momento em que for apresentado.

Antônio Patriota, ministro das Relações Exteriores: “Nós não distinguiremos durante a Rio+20, entre delegações chefiadas por chefes de Estado e de Governo e delegação de outro nível.”

Ausência de Obama
As ausências do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e da chanceler Alemã, Angela Merkel, na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, não significarão que os dois países não estarão presentes no encontro. A avaliação é do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota: “Eles estarão participando, ativamente, pelo menos é o que nós esperamos. Nós não distinguiremos durante a Rio+20, entre delegações chefiadas por chefes de Estado e de Governo e delegação de outro nível, quando se trata de buscar em consideração as perspectivas no produto final”, ressaltou ao participar de um evento no final de semana.

Na sua opinião esse é um processo multilateral que envolve os 194 países membros da Organização das Nações Unidas (ONU), inclusive o Brasil. Diferentes vozes devem ser ouvidas e o país anfitrião procurará liderar um processo que leve a um consenso com objetivos mais ambiciosos possíveis. O chanceler brasileiro ainda informou que no próximo dia 5 – Dia Mundial do Meio Ambiente – haverá uma cerimônia em Brasília, que transfere o Riocentro para as Nações Unidas.

Rei no Brasil
Em visita ao Brasil: rei Juan Carlos I, da Espanha
O rei Juan Carlos I, da Espanha, chegou no início da noite de ontem a Brasília segundo a Embaixada da Espanha. Ele só terá agenda oficial hoje, quando se encontrará com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto. Trata-se também da primeira viagem do rei depois de passar por cirurgia, após uma fratura no quadril durante uma caçada na África. A visita servirá para fomentar os negócios entre os dois países. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a Espanha é o segundo maior investidor estrangeiro no Brasil, com estoque de capital superior a 85 bilhões de dólares. Em 2011, o comércio bilateral foi de 7,97 bilhões de dólares, um aumento de 20% em relação ao ano anterior. Os empresários também estarão presentes no almoço que será oferecido pela presidente Dilma.

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