Ministro da educação deixará o cargo.

Carlos Fehlberg - Brasilia

Haddad vai assumir campanha no novo desafio enfrentado por Lula
Decisão está tomada e a dúvida é qual o tucano vai ser lançado: um novo ou Serra

O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira que deixará o cargo na segunda quinzena de janeiro. Segundo ele, a presidente Dilma Rousseff, com quem se reuniu na segunda-feira, pediu a ele que aguardasse "um pouquinho mais". A saída de Haddad estava prevista para o dia 16, mas ele deve permanecer mais alguns dias. Ontem ele deu posse ao novo reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro, Roberto Gil. E deve ter sido a última solenidade de posse de reitor que comanda no Ministério da Educação.

Ministro da Educação, Fernando Haddad/Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
Haddad falou em tom de despedida destacando avanços na área do ensino técnico e enfatizou que a política educacional não será alterada com a sua saída. Não é a mudança de uma equipe ou a mudança de um ministro que vai tirar do rumo aquilo que é hoje uma agenda prioritária do Palácio do Planalto", disse. Em entrevista, Haddad evitou confirmar que seu substituto no MEC será o atual ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante. Ele ressalvou, porém, que é natural que cada ministro queira imprimir sua marca.

O confronto
A candidatura de Fernando Haddad por envolver eleição no principal reduto do PSDB já começa a gerar tentativas de entendimento em São Paulo. O primeiro a surpreender foi o PSD de Gilberto Kassab, mas uma das versões é a de que o novo Partido quer participar de uma forte coligação, PT, PSDB ou PMDB. Isoladamente o PSD colocaria em risco sua imagem e projetos. Daí a sucessão de noticias prevendo alianças...

Fernando Hadad: Não é a mudança de uma equipe ou a mudança de um ministro que vai tirar do rumo aquilo que é hoje uma agenda prioritária do Palácio do Planalto".

Estratégias
Reduto tucano há muito tempo, embora Marta Suplicy tenha sido eleita, São Paulo é vista como um desafio político para o PT e o presidente Lula está diretamente envolvido numa operação. Joga inclusive seu prestígio político, por isso em setores do PSDB já se começa a pensar numa candidatura capaz de obter um triunfo. Por enquanto os tucanos se voltam para os nomes inscritos, os pré-candidatos Bruno Covas, Andrea Matarazzo, José Aníbal e Ricardo Trípoli.


Mas ainda existem os apostadores que pensam em Serra. Por isso Lula não vai deixar sozinho o candidato Fernando Haddad. Uma vitória sobre os tucanos no seu maior reduto está nos planos do ex-presidente. A dúvida que permanece é a oposição que assumirá o PMDB. De seu eleitorado pode depender a eleição do novo prefeito.

E o PMDB
Se o PT se preocupa tanto com São Paulo como ficarão os demais redutos municipais, nos quais não é o PSDB o seu principal adversário, mas o PMDB, um aliado importante no governo mas ao mesmo tempo decidido a mostrar sua forte estrutura capaz de influir no jogo eleitoral de 2014.

Presidente Dilma Rousseff durante reunião/Foto: Ichiro Guerra/PR

E a reforma
Pelo andar da carruagem a reforma ministerial deverá ficar para fevereiro ou março. Dilma já deve ter um projeto nesse sentido, mas trata de atravessar o recesso sem grande discussões. O caso do ministro da Integração fugiu à regra...

E as sequelas
Outra consequência da eleição municipal será a unidade do bloco majoritário que dá apoio a Dilma. Há quem veja nessas disputas municipais o grande lance do PMDB para ampliar seu cacife nas eleições presidenciais de 2014.

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