PT no Senado debate uma nova estratégia

Carlos Fehlberg
Partido apoia Sarney para presidência, mas agora reivindica a primeira vice

Senadores do PT se reúnem hoje para discutir a eleição do novo líder da bancada e a disputa interna pelos cargos na Mesa Diretora e presidências de comissões no Senado. O nome favorito para o cargo é o ex-ministro da Saúde Humberto Costa. A partir da definição ele fará as negociações com os demais líderes sobre a distribuição de cargos da Mesa e nas comissões permanentes.

O PMDB pretende indicar o senador José Sarney para um novo mandato na presidência da Casa e ao PT caberia a segunda escolha de cargo na Mesa Diretora. Desta vez, porém, a preferência vai recair pela primeira vice-presidência. A orientação do Planalto é que o Partido reivindique o segundo posto na hierarquia da Mesa, visando garantir as votações de interesse do governo, quando Sarney não presidir. Entre os nomes lembrados estão Delcídio Amaral, José Pimentel e Marta Suplicy. O PMDB também pretende constituir um bloco com PTB, PP, PMN e PSC, que teria 32 senadores, isto é, a maioria. E assim acabar com uma longa hegemonia da oposição no Senado.

Salário mínimo
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, reafirmou que caberá ao Congresso Nacional definir o valor do salário mínimo. E confirma que o governo aceitará a decisão, se os for alterado valor de R$ 540 determinado pela Medida Provisória 516/10, editada por Lula no fim do ano passado: “O Congresso é soberano. O que o Congresso definir nós todos teremos que aceitar, porque é o Congresso que decide”, disse Lupi, em entrevista coletiva.

Reação contra OAB
O presidente da Câmara, deputado Marco Maia, criticou a declaração dada pelo presidente da OAB, Ophir Cavalcante, sobre a emissão de passaportes diplomáticos para deputados e seus familiares. Disse estranhar a posição já que em "outros Poderes acontece a mesma coisa". E vai além: “Estranho que o presidente da OAB tenha feito declarações somente sobre a Câmara e não sobre os outros Poderes que gozam exatamente do mesmo benefício. O Brasil tem coisa mais importante para discutir neste momento. É um absurdo ele estar preocupado com uma coisa dessas", disse o deputado do PT.

Ucrânia
A presidente Dilma Rousseff recebeu ontem telefonema do presidente da Ucrânia, Vicktor Yanukovich. Ele convidou-a para visitar seu país. E também conversaram sobre a cooperação aeroespacial entre os dois países. Produzido pelo escritório de engenharia ucraniana, o foguete Cyclone 4 será lançado no Brasil a partir da Base Espacial de Alcântara. Ele vai colocar no ar um satélite geoestacionário, que dará informações apuradas das condições meteorológicas do país.

Governo nega confronto com aliados na definição de cargos
E diz que a disputa é normal num governo com alianças


O ministro da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Luiz Sérgio, garante que não há crise entre o PT e o PMDB por causa da ocupação de cargos no governo federal. Segundo ele, o processo de disputa por cargos é "um processo natural" em um governo de alianças: "Este é um governo de coalizão. Num governo de coalizão, é normal que partidos queiram participar do governo. Num primeiro momento, sempre há uma movimentação, o que pode dar uma sensação de crise. Na verdade, não há crise. Este é um processo natural", disse.

Quanto à cobrança do deputado federal Henrique Alves por um assento do PMDB na articulação política do governo, o ministro disse que o comentário do parlamentar é "indevido" e não expressa o sentimento do partido. "A participação e o papel que o PMDB desempenha é muito importante e é compatível, levando em consideração os outros partidos e as outras forças que foram fundamentais para a eleição da presidente Dilma Rousseff", diz o ministro.

Caso Erenice
O delegado da Polícia Federal, Ruberval Vicalvi, deve entregar hoje à Justiça um pedido de prorrogação do inquérito sobe o caso de tráfico de influência na Casa Civil durante a gestão da ex-ministra Erenice Guerra. É a terceira prorrogação do prazo do inquérito, desde que foi instaurado em setembro do ano passado. Cerca de 30 pessoas já prestaram depoimento. Antes de ocupar o cargo de ministra, Erenice foi secretária-executiva da Casa Civil. Em 16 de outubro do ano passado, ela entregou sua carta de demissão ao presidente na qual se dizia inocente e anunciando que deixaria o cargo para se defender.

Genoino na Defesa
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, confirmou o convite feito ao deputado José Genoino. Em entrevista ao programa Bom Dia Ministro, Jobim disse ter conversado com o parlamentar. Genoino será assessor especial: "Em relação ao Genoíno, eu efetivamente o convidei no ano passado para ser meu assessor. Eu conheço o deputado José Genoino desde 1988. Tenho relações estreitas com ele. Fiz um convite e ele ainda não me respondeu. Ficamos de conversar em fevereiro sobre se ele virá ou não. A posição que ele assumiria seria de assessor direto ao ministro. Ou seja, vou colar o Genoino em mim", afirmou o ministro em entrevista divulgada pela Radiobrás.

Ex-guerrilheiro que atuou no Araguaia, Genoino foi preso logo depois do início da incursão em abril de 1972. Assim mesmo sempre foi um parlamentar bem visto entre setores das Forças Armadas. Atuou como um dos consultores de Jobim na elaboração do Plano Nacional de Defesa, que reforça o controle de fronteira, tráfico de drogas, proteção ambiental e cria a figura do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, que figura acima na hierarquia dos Estados-Maiores de Exército, Marinha e Aeronáutica.

Exterior
A presidente argentina, Cristina Kirchner, receberá hoje o novo chanceler brasileiro, Antonio Patriota, que realiza sua primeira visita ao exterior desde a posse da presidente Dilma Rousseff. A viagem de Patriota, que também se reunirá com o ministro das Relações Exteriores argentino, Héctor Timerman, será "uma fase preparatória para a visita que será realizada pela presidente Dilma Rousseff à Argentina no final de janeiro, e que representa sua primeira atividade oficial fora do Brasil", informou a chancelaria em um comunicado.

A reunião entre os dois ministros hoje na sede da chancelaria argentina será para "revisar a ampla agenda bilateral e os fortes vínculos que unem os dois países", acrescentou.

Kirchner, que receberá hoje Patriota não compareceu à cerimônia de posse de Dilma, no dia 1º de janeiro, devido ao falecimento de seu marido e antecessor, Néstor Kirchner, no dia 27 de outubro. Argentina e Brasil reforçaram suas relações políticas e comerciais durante o mandato do presidente Lula e dos Kirchner.

Foco é América do Sul
Assim, Dilma deve iniciar sua agenda internacional no próximo dia 31, pela Argentina. O jornal argentino “La Nación” inclusive já divulgou que o encontro entre a petista e a presidente Cristina Kirchner está confirmado. O roteiro da viagem deve incluir também o Uruguai e o Paraguai. O objetivo é a marcar a América do Sul como prioridade para a política externa brasileira. Em fevereiro, a presidente vai a Lima, para a cúpula América do Sul-Países Árabes.

Alckmin e social
Negrito
A proposta do governador Geraldo Alckmin de oferecer maior atenção à área social começou a ser definida. Os quatro pontos básicos são a unificação dos principais programas sociais na Secretaria de Desenvolvimento da área, a expansão do número de beneficiados, a busca de parcerias com o governo federal e o fortalecimento de programas que abram portas de saída para as famílias.

"Não podemos deixar que se estabeleça uma relação de eterna dependência entre o poder público e as famílias mais pobres", disse o secretário Paulo Alexandre Barbosa, numa tentativa de diferenciar a proposta tucana da desenvolvida na esfera federal: "qualificar as pessoas para o trabalho será uma atividade fundamental."

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