PT amplia poder e fica com 17 ministérios

PMDB recebeu seis ministérios, mas administra menos recursos do que conquistou durante o governo Lula

Eleita conclui formação de seu ministério depois de 37 dias de negociação com os 12 partidos que formam a base aliada


NATUZA NERY
MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA Folha de São Paulo

ANA FLOR
DA ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

A presidente eleita, Dilma Rousseff, concluiu ontem a formação do ministério que tomará posse com ela em 1º de janeiro, após 37 dias de negociações com os 12 partidos de sua base.
A fotografia da nova equipe traz nove mulheres no comando de pastas e um expressivo domínio petista.
O partido ficou com 17 das 37 cadeiras do primeiro escalão. Em verbas de Orçamento livre s, o PT ficou com R$ 56 bilhões, em valores de 2010 -35% a mais do que hoje.
Em contrapartida, o PMDB acabou com seis pastas e menos poder e recursos do que na gestão Lula. Perdeu pastas como Saúde, Integração Nacional e Comunicações.
Os demais partidos da base receberam o equivalente ao que têm hoje. Um terço do novo Executivo já trabalha no atual governo.
Não há estrelas na nova equipe, apesar do esforço da presidente eleita em convidar celebridade, como o empresário Jorge Gerdau.
Dilma não atingiu a marca autoimposta de completar a Esplanada com um terço dos postos ocupados por mulheres. Apesar disso, superou seu antecessor com folga.
Nos dois mandatos, Lula teve, ao todo, dez ministras, mas nunca mais de quatro mulheres nas formações originais dos mandatos.
Ontem foram oficializados os dois titulares que faltavam: o deputado eleito Afonso Florence (PT-BA) para o Ministério do Desenvolvimento Agrár io e a deputada Iriny Lopes (PT-ES) para a Secretaria das Mulheres.
Dilma desejava ter concluído a equipe até a diplomação no Tribunal Superior Eleitoral, em 17 de dezembro.
As correntes internas do PT também a pressionaram. Convicta de que precisava aumentar a cota feminina e do Nordeste, Dilma chegou a convidar a secretária de Desenvolvimento de Sergipe, Maria Lucia Falcón, para o Desenvolvimento Agrário.
Teve problemas com a tendência do PT Democracia Socialista, que comanda a pasta. Ao final, manteve um nome do Nordeste, mas da DS.
Dilma ofereceu à corrente a pasta das Mulheres. Com o arranjo no Desenvolvimento Agrário, confirmou Iriny.
Outro problema foi o PSB. A intenção era dar Integração Nacional e Portos, mas Dilma quis chamar Ciro Gomes e o convite desagradou aos líderes pessebistas. Ao final, o PSB da Câmara ficou sem representação.

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