Longa negociação e o PT escolhe Marco Maia para presidir Câmara

Carlos Fehlberg
Líder da bancada, Cândido Vaccarezza, desiste para manter unidade da bancada

A bancada de deputados federais do PT fixou-se ontem no nome do deputado Marco Maia para a eleição que indicará o novo presidente em substituição a Michel Temer. O deputado Cândido Vaccarezza acabou desistindo da disputa e Maia foi aprovado pela bancada. A preocupação em manter a unidade petista prevaleceu, após muitas horas de negociação. Marco Maia e Vaccarezza pertencem à mesma corrente interna do PT. Maia, porém, levou a melhor nas articulações e acabou tendo o apoio também do deputado Arlindo Chinaglia, ex-presidente da Câmara, e que abandonou a disputa.
Antes, o atual líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza comunicou-se com o presidente do PT, José Eduardo Dutra, abrindo mão de concorrer numa decisão que acabou favorecendo o deputado gaúcho, Marco Maia, que era vice-presidente. A decisão tomada, após várias consultas, evitou uma disputa interna dentro do Partido. Vaccarezza deixou clara sua posição dizendo que “não trabalharia por uma divisão da bancada.” E, por isso, retirou a candidatura fazendo questão de marcar posição: "Eu devo ter errado muito, mas não me arrependo de ter exercido a liderança do governo com garra".

O grupo que dava sustentação a Vaccarezza, alinhado ao campo majoritário do PT, após avaliar o quadro concluiu que Maia teria mais votos em um eventual embate. O deputado gaúcho, ao aceitar, viu também a possibilidade de descentralizar o poder no PT, hoje muito concentrado na bancada paulista.

Avaliações
Foi diante da posição de alguns grupos internos, que o deputado Cândido Vaccarezza desistiu da indicação, abrindo caminho para que Maia fosse aclamado pela bancada. Uma das primeiras expectativas segundo setores do PT: Vaccarezza estava acostumado a administrar as dificuldades do governo na Câmara e agora como será?
Vaccarezza não decidiu ainda se ocupará a liderança do governo na Câmara na gestão Dilma: “Eu devo ter errado muito, mas não me arrependo de ter defendido o governo, de ter defendido a liderança com garra como defendi."
“Processo maduro”
Para o deputado Marco Maia, porém, a sua indicação foi uma demonstração de maturidade do partido: "O PT construiu um processo maduro, com discussão política, que mostrou a sensibilidade dos deputados para chegar a um consenso", concluiu ele, depois de deixar a reunião em que seu nome foi referendado pela bancada petista.

Lula
Em visita a Pernambuco, ontem, o presidente Lula disse que “não vai se esconder” após deixar a Presidência, a partir do ano que vem. “Pode ficar certo que eu continuarei andando por este país, levantando problemas, acumulando conhecimento”, disse ele, citando que a “elite” que estava no poder antes de seu governo só conhecia o país na teoria, e não na prática.
Amorim

Para o ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, o Mercosul é "o núcleo dinâmico, o motor da integração sul-americana". Ele fez, na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, um balanço de seus oito anos no comando da política externa do governo Lula

Meirelles
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles que está deixando o governo ficará quatro meses de "quarentena" e nesse tempo aproveitara para registrar, em um livro, a sua experiência de oito anos à frente da autoridade monetária.

Comentários

Postagens mais visitadas