Dois mil convidados para posse de Dilma que deverá ter presença de Hillary Clinton

Carlos Fehlberg

Revelados mais seis nomes que devem integrar futuro ministério
Mais de dois mil e duzentos convites serão emitidos para a posse da presidente eleita, Dilma Rousseff, no dia 1º de janeiro. O Congresso espera cerca de 2.000 convidados para a cerimônia, entre parlamentares, membros do Executivo, Judiciário e convidados especiais. Depois da cerimônia no Congresso, haverá outra cerimônia no Palácio do Planalto, onde Dilma fará o seu primeiro discurso depois de empossada.

Mais nomes
Dilma Rousseff revelou ontem os nomes de mais sete novos ministros. Na Saúde, o médico infectologista Alexandre Padilha, que atualmente ocupa a Secretaria das Relações Institucionais. A artista Ana de Hollanda, irmã de Chico Buarque, irá para o Ministério da Cultura. Orlando Silva permanecerá à frente do Ministério do Esporte, como reivindicava o seu Partido, o PC do B. A socióloga Luiza Barros irá para a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e Tereza Campelo, economista, ocupará o Ministério do Desenvolvimento Social. Já para o Ministério das Cidades, o escolhido é Mário Negromonte. O advogado-geral da União, Luís Inácio Lucena Adams foi confirmado.

Agora Dilma conta com 30 nomes do seu primeiro escalão já definidos.
Ainda falta escolher os ministros da CGU (Controladoria-Geral da União), Integração Nacional, Portos, Gabinete de Segurança Institucional, Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Secretaria de Relações Institucionais e Desenvolvimento Agrário. Entre eles pode surgir Ciro Gomes...

Hillary vem
Presidente eleita Dilma Rousseff e a secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton.
A secretária americana de Estado, Hillary Clinton, assistirá à posse da presidente eleita, Dilma Rousseff, no dia 1º de janeiro, segundo confirmou o Departamento de Estado. "Brasil é um parceiro essencial no continente e no mundo", disse o porta-voz do departamento de Estado, Philip Crowley, ao anunciar a viagem. E complementou: "Os Estados Unidos estão comprometidos em aprofundar sua relação em uma ampla gama de temas bilaterais, regionais e globais com o governo do Brasil e com seus cidadãos".

Despedida
Lula recebeu ontem. no Palácio do Alvorada, a visita de integrantes da Executiva nacional do PT. Entre eles, o presidente do partido, José Eduardo Dutra, e o secretário-geral e futuro ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Eles são os coordenadores do governo de transição da presidente eleita, Dilma Rousseff, mas o encontro foi uma despedida da executiva ao presidente. O PT está reunido em Brasília para fazer uma avaliação do processo de transição de governo e a realização do Congresso Nacional do partido em 2011.

Improbidade
As ações penais de improbidade administrativa e de outras infrações que causem prejuízo a estados e municípios poderão ser julgadas em varas especializadas. Com esse objetivo o senador Pedro Simon apresentou emenda constitucional que está na pauta de amanhã da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Segundo a proposta os tribunais estaduais são incentivados a criar varas com competência exclusiva para o julgamento de crimes contra a administração pública, de ações de improbidade administrativa. O objetivo é aumentar o combate à corrupção, favorecendo a punição dos agentes públicos envolvidos em desvios de recursos de estados e municípios.

O texto de Simon também diz que as varas especializadas estaduais julgariam crimes contra o sistema financeiro nacional e contra a ordem econômica e tributária. A relatora, senadora Lúcia Vânia, fez uma ressalva, suprimindo esse trecho, lembrando que crimes contra o sistema financeiro, a ordem econômico-financeira e ordem tributária já são competência da Justiça Federal. Além das matérias de competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral, segundo informa agência Senado.
Ela ofereceu um substitutivo, dizendo que, apesar de a Constituição permitir a criação de varas especializadas, a PEC mostrará aos estados os benefícios e a necessidade da especialização das competências das varas criminais.

Aécio senador: é triste a oposição que não mantém um diálogo com governo
Senador eleito recebe diploma e critica influência para levar a Fiat para Recife
Senador eleito Aécio Neves (PSDB-MG), ao lado de Itamar Franco, recebe diploma/Foto: Omar Freire/Imprensa MG

Para Aécio Neves, que foi diplomado, no fim de semana em Belo Horizonte como senador eleito, é "frágil" a oposição que não conversa com o governo. "Triste é a oposição que não tem a coragem de sentar-se à mesa com o governo para discutir questões de interesse do país. Essa é uma oposição extremamente frágil. A nossa vai ter uma agenda e sempre vai ter disposição para discutir as questões que sejam do interesse do país", acrescentou.

Ele prometeu cumprir a missão que lhe foi atribuída pelas urnas, de ser oposição ao governo federal. "Firme, mas qualificada, que aponte os equívocos, mas que busque até corrigi-los, e que mostre eventuais discrepâncias entre aquilo que foi proposto na eleição e o que se realiza ao longo do governo".
Para Aécio o país tem muitas reformas para fazer, sobretudo a política e a tributária. E observa que defende essas reformas desde o governo Fernando Henrique Cardoso, quando era líder do PSDB na Câmara, e que não é por ser oposição que vai deixar de defendê-las e negociá-las. E explicou: "As questões de interesse do Brasil, as questões de Estado, devem encontrar uma oposição pronta para discuti-la. As questões específicas do governo encontrarão no PSDB, em mim pessoalmente e em outros companheiros uma oposição muito firme, mas, repito, muito qualificada".

E a Fiat gera crítica
Mas sobre a decisão da Fiat instalar sua nova fábrica em Pernambuco, partiu para a crítica: "Não sei se foi o último presente do presidente Lula a Minas ou se foi o primeiro presente da presidente Dilma. Mas o que me parece mais surpreendente de todo esse processo é o silêncio da bancada do PT de Minas, o silêncio dos que estão próximos da atual presidente."
O governo mineiro revela que não foi informado sobre a negociação, tendo a decisão provocado muitas críticas dos deputados tucanos na Assembleia de Minas. Ainda assim, ex-governador manteve sua disposição no Senado em travar diálogo com o governo sobre uma agenda de reformas.

Fortes e cortes no PAC
O ministro das Cidades, Márcio Fortes, não acredita em cortes substanciais no orçamento da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento, por causa do ajuste fiscal previsto pelo novo governo:
“A presidenta da República deverá tomar, juntamente com o ministro da Fazenda, as decisões necessárias. Pelo o que eu entendo no momento, nós estamos falando de rapidez na implementação dos projetos e não de cortes. O PAC 2 tem uma velocidade inicial que é lenta, em função do processo de começo das obras. Os resultados começarão a aparecer a partir do segundo semestre de 2011”, esclareceu o ministro.
Explica o ministro que o PAC atingiu investimentos contratados de R$ 619 bilhões e quando foi lançado em 2007, a previsão era de R$ 503,9 bilhões. Só as áreas de habitação e saneamento representaram R$ 218,8 bilhões.

Drogas
Se o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República passar para o comando de um civil no governo de Dilma Rousseff, a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas teria outro destino. Uma das opções seria ficar no Ministério da Justiça. E passaria a ter outras atribuições, como a de formular ações de repressão a entorpecentes com a Polícia Federal.
A decisão sobre o assunto ainda não foi tomada. Mas existe uma ideia de juntar as atribuições da Senad e da PF, mantendo a repressão com a corporação policial, mas aprofundando a definição de políticas em torno dos usuários. Assim, o futuro ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, teria sob sua tutela todo o controle das políticas antidroga no país.

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