Dilma aumenta a vantagem sobre Serra antes do debate nas Tvs Record e Globo

Carlos Fehlberg

Diferença menor na pesquisa Sensus entre dois candidatos
A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, está 11 pontos porcentuais à frente de José Serra , segundo pesquisa Ibope/Estado/TV Globo . A petista tem 51% das intenções de voto contra 40% de José Serra. Votos brancos e nulos somam 5% e 4% não sabem ou não responderam. Mas considerando-se apenas os votos válidos (excluídos nulos, brancos e eleitores indecisos), Dilma teria 56% contra 44% do tucano.

Reta final da campanha: Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB).
Houve aumento na diferença diante da pesquisa anterior, realizada entre os dias 11 e 13 de outubro. Naquele levantamento, Dilma tinha 49% das intenções de voto (53% dos votos válidos) contra 43% de Serra (47% dos votos válidos). No primeiro turno, a candidata do PT teve 46,9% dos votos válidos, contra 32,6% do adversário.
A pesquisa foi realizada entre os dias 18 e 20 de outubro e está registrada no TSE sob o protocolo 36476/2010.
Foram realizadas 3010 entrevistas em 201 municípios de todo o País. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos.

Outra pesquisa
A pesquisa CNT/Sensus divulgada ontem também mostra que Dilma Rousseff com 46,8% das intenções de voto (52,8% dos válidos) e seu adversário, José Serra (PSDB), aparece com 41,8% (47,2% dos votos válidos). Os votos brancos e nulos somaram 4,1%, e não souberam responder 7,2%. O levantamento foi feito nos dias 18 e 19 de outubro com 2 mil entrevistados em 136 municípios de 24 Estados. A margem de erro é de 2,2 pontos porcentuais.
Na pesquisa espontânea, a petista lidera com 45,3%. Serra tem 40,6% na mesma avaliação. Na sondagem anterior, realizada semana passada, Dilma tinha 44,5% das intenções espontâneas e José Serra, 40,4%. Um total de 4,1% dos entrevistados disseram que vão votar em branco ou nulo e 9,5% não souberam responder.
A sondagem perguntou ainda qual seria o único candidato que o eleitor votaria. Para 44,7%, Dilma é a única candidata em quem votariam; para 15,5%, a candidata na qual poderiam votar; e para 35,2%, não votariam de jeito nenhum. Para 35,8% José Serra é o único candidato em quem votariam; para 20,6%, é o candidato no qual poderiam votar; e para 39,8%, não votariam de jeito nenhum. A sondagem foi protocolada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número 36.192/2010.

Novos debates
Está confirmada, também, a realização do debate entre os presidenciáveis Dilma Rousseff e José Serra na segunda-feira na Rede Record. Agora não haverá perguntas das jornalistas. O encontro terá início às 23 horas, com a mediação do jornalista Celso Freitas. O último, também confirmado, será o da Rede Globo na sexta-feira dia 29, antevéspera da eleição.

Polêmica
Em nota divulgada na tarde de ontem, a Polícia Federal negou que a investigação sobre a quebra de sigilo de pessoas ligadas ao PSDB tenha motivação eleitoral. Segundo reportagem publicada no jornal Folha de S.Paulo, a investigação já teria descoberto que o pedido da quebra partiu do jornalista Amaury Ribeiro Jr. Ainda segundo a reportagem, a PF também teria identificado o homem que intermediou a compra dos dados obtidos ilegalmente em agências da Receita no Estado de São Paulo. Trata-se do despachante Dirceu Rodrigues Garcia. Em depoimento à PF nesta quarta, Amaury teria admitido que encomendou dados de dirigentes tucanos e familiares de José Serra. De acordo com a PF, "os dados violados foram utilizados para a confecção de relatórios, mas não foi comprovada sua utilização em campanha política".

Segundo o presidente do PT, José Eduardo Dutra, toda a história relatada ocorreu em 2009, quando nem havia campanha. E foi além dizendo não conhecer o jornalista Amaury Ribeiro Jr. e ressaltando que, se existiu alguma ligação, esta se deu entre ele e a empresa de Luiz Lanzetta, contratado para compor a equipe de comunicação da campanha de Dilma, mas, que segundo Dutra, foi desligado e que aguarda mais informações sobre o caso.

Em depoimento que durou 13 horas na semana passada, Amaury teria dito à PF que decidiu fazer a investigação depois de descobrir que um grupo estaria fazendo espionagem a serviço de José Serra para devassar a vida do ex-governador Aécio Neves. Ele afirmou que saiu do jornal em que atuava no final de 2009, mas deixou um relatório completo de toda a apuração, levando uma cópia consigo para futura publicação de um livro. Na sua versão, diante disso teria sido convidado para trabalhar na equipe de campanha de Dilma.

A nota da Polícia Federal
Veja a íntegra do comunicado oficial a respeito do episódio:
"Sobre as investigações para apurar suposta quebra de sigilo de dados da Receita Federal, a Polícia Federal esclarece que:
1 - O fato motivador da instauração de inquérito nesta instituição, quebra de sigilo fiscal, já está esclarecido e os responsáveis identificados. O inquérito policial encontra-se em sua fase final e, depois de concluídas as diligências, será encaminhado à 12ª Vara Federal do Distrito Federal;
2 - Em 120 dias de investigação, foram realizadas diversas diligências e ouvidas 37 pessoas em mais de 50 depoimentos, que resultaram, até o momento, em 7 indiciamentos;
3 - A investigação identificou que a quebra de sigilo ocorreu entre setembro e outubro de 2009 e envolveu servidores da Receita Federal, despachantes e clientes que encomendavam os dados, entre eles um jornalista;
4 - As provas colhidas apontam que o jornalista utilizou os serviços de levantamento de informações de empresas e pessoas físicas desde o final de 2008 no interesse de investigações próprias;
5 - Os dados violados foram utilizados para a confecção de relatórios, mas não foi comprovada sua utilização em campanha política;
Aécio reage
A repercussão foi imediata: o ex-governador e senador eleito Aécio Neves, divulgou comunicado em que diz repudiar "com veemência e indignação" a vinculação ( feita por Amaury Ribeiro) de seu nome na origem da quebra de sigilo de pessoas ligadas ao presidenciável José Serra. Sua assessoria revelou que o ex-governador não tem qualquer relação com o episódio e a prática de quebra de sigilo nunca fez parte de sua trajetória política, "em mais de 20 anos de vida pública".
Serra também falou a respeito e disse na manhã de ontem, no Rio, que a quebra de sigilo de tucanos e seus familiares foi "uma ação direta ou terceirizada da campanha do PT".

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