Escândalos de pedofilia na Igreja impulsionam livro sobre papas assassinos e depravados

Cultura

"A História Secreta dos Papas" deve fechar o mês de maio como o mais vendido da estante de religião. De capa dura, é grande (23 x 16 cm) e pesado (1,4 kg), com quase todas as suas 256 páginas ilustradas.
Em inglês, chama-se "Dark History of the Popes". Haja biografia dark de religiosos. João 12 (955-964) tinha um bordel dentro do Vaticano e costumava brindar ao demônio. Já Inocêncio 3º (1198-1216) não fazia jus ao nome: foi responsável pela morte de mais de um milhão de pessoas por um período de 20 anos. Alexandre 6º (1492-1503) teve oito filhos com prostitutas, indicou parentes para cardeais e acumulou vasta fortuna. Até lembra episódios da história do Brasil.
Os recentes casos de pedofilia na Igreja Católica, que pressionam o papa Bento 16 a tocar no assunto, despertam cada vez mais o interesse público sobre os escândalos que o Vaticano tenta varrer para debaixo do tapete (ou das batinas). O crescimento das vendas deste livro coincide com a maior frequência das notícias sobre a crise no Vaticano devido às revelações sobre vítimas da pedofilia, prato cheio para a crítica de ateus e outras religiões.
O subtítulo de "A História Secreta dos Papas" mostra que o passado é uma coleção de crimes: "Vício, Assassinato e Corrupção no Vaticano".
O livro também mostra que mulheres atuaram nos bastidores para arquitetar eleição de papas, como a Marózia e sua mãe Teodora. Massacres, abusos, traições, atrocidades, libertinagem e devassidão marcam a história da Igreja Católica, que tentou preservar sua imagem, ao longo dos séculos, reprimindo dissidentes e calando opositores com a morte.
Apontado como "o homem mais perverso", Sérgio 3º foi o único papa nos registros a ser pai de outro papa, João 11, fruto do relacionamento com sua amante Marózia. Ele era descrito como "a fonte de inúmeras abominações entre as mulheres, escravo de toda depravação". Mandou matar outros dois papas e adorava uma luxúria e toques de crueldade, como decapitar inimigos, arrancar seus dedos e jogar cadáveres no rio.
Ilustrações coloridas tentam reproduzir o ambiente da época, rituais de coroação e toda a brutalidade da Igreja no passado. Uma das mais chocantes mostra o núncio do papa Inocêncio 3º sendo assassinado em janeiro de 1208 com um golpe de lança pelas costas. Quadros nas páginas atentam para o didatismo da obra, explicando o vocabulário do Vaticano.
São nove capítulos que traçam um panorama dos bastidores sórdidos da instituição com nomes para lá de sugestivos: "O Sínodo do Cadáver, o Domínio das Meretrizes e Outros Escândalos do Vaticano", "Genocídio: Os Cátaros, parte 1 e parte 2", "Os Papas e as Bruxas", "A Família Bórgia", "A Questão de Galileu", "O Prisioneiro do Vaticano, parte 1 e parte 2", "O Papa e os Nazistas".


da Livraria da Folha

Comentários

Postagens mais visitadas