Parabéns Recife 464 e Olinda 466 ano







Recife - Recife era uma pequena colônia de pescadores quando foi fundada, em 1537. Por ser uma cidade litorânea, logo foi construído um porto, utilizado por Olinda, outra cidade pernambucana, na época, capital da Capitania, para escoar a produção de açúcar.
Com o incremento da atividade portuária, Recife se desenvolveu rapidamente e sua prosperidade logo atraiu colonizadores, vindos de terras distantes como a Holanda.
Em 1630, os holandeses desembarcaram em Pernambuco, precisamente na praia conhecida como Pau Amarelo. Logo alcançaram Olinda e depois Recife. Permaneceram no estado por 24 anos, principalmente na capital, que foi a sede do domínio holandês.
Os holandeses foram liderados por João Maurício, o Conde de Nassau-Liegen, que, em 1637, deu início ao processo de urbanização e construção da "Mauritzstadt" também chamada de cidade Maurícia.
Maurício de Nassau assumiu o cargo de governador de 1637 a 1644. Neste período se preocupou com o embelezamento e modernização da cidade. Pavimentou ruas, drenou pântanos, construiu pontes, canais, estradas, escolas, um jardim botânico (o primeiro do Brasil) e um observatório astronômico. Transformou o que era um pequeno vilarejo num moderno centro urbano. E com o objetivo de investir em cultura, copiando o que vira nas cidades européias que visitou, importou missões artísticas e científicas para cidade, tornando-a pólo cultural do Nordeste.
Recife não foge da luta. Desde 1710
Palco de grandes revoluções, o Recife foi, durante as primeiras décadas do século 19, cenário digno de verdadeiros filmes de guerra, inspirados nas idéias liberais, tão difundidas pela Europa na época. A história da cidade, inclusive, está marcada por confrontos desde o momento em que o próspero povoado foi elevado à categoria de vila, em 1710. A partir daí, o Recife sempre esteve no front de batalha, lutando pela liberdade e pela autonomia de Pernambuco.
Conhecida como a Guerra dos Mascastes, a rixa entre o Recife e Olinda que acabou virando brigas de rua entre os mascates (os comerciantes do Recife) e os pés-rapados ou lisos (apelido da aristrocracia rural falida de Olinda) ficou cada vez mais acirrada depois que Portugal decidiu dar o merecido título ao ex-vilarejo de pescadores e reduto de comerciantes.
Com a movimentação do porto cada vez maior, o Recife caiu de vez nas graças de Portugal e o seu modelo mercantilista, passando a receber mais benefícios e atrair mais comerciantes. Não é para menos que logo depois da Independência do Brasil, a vila é elevada à cidade (1823) e, mais tarde,à capital de Pernambuco (1827).
No cenário nacional, o Recife se destacou como sede das três mais importantes revoluções libertárias da História do Brasil, que ocorreram no século 19: a Revolução Republicana,em 1817; a Confederação do Equador, em 1824; e a Revolução Praieira,em 1848. A primeira é considerada como o único dos movimentos colonias do Brasil que conseguiu passar da fase meramente conspiratória - ao contrário do que a conteceu com a Inconfidência Mineira (MG) e com a Revolta dos Alfaiates (BA).
A segunda foi um movimento de caráter separatista, que envolveu também o Ceará, a Paraíba e o Rio Grande do Norte. Nessa revolução - na qual aparece aquele que é considerado o maior mártir do Estado, o Frei Caneca -, o Recife sedia mais uma vez os principais acontecimentos. Já a terceira se destaca como o último movimento liberal e interno que aconteceu no 2º Reinado do Brasil, revelando heróis urbanos e marcos históricos da luta dos liberais contra os conservadores, como a rua da Praia.
Por tudo isso, o Recife talvez seja a cidade mais marcada e castigada do País, devido a sua ação libertária e constante de combate ao nepotismo. Uma lição para a História do Brasil. (J.M.)
Olinda


Olinda, desde o seu princípio, foi um presente. Doada em 1535 ao primeiro donatário da Capitania de Pernambuco, Duarte Coelho Pereira, a aldeia de 'Marim', hoje Patrimônio Natural e Cultural da Humanidade, completa 466 neste dia 12 de março com a responsabilidade de quem contribuiu em grande parte pela formação da nacionalidade brasileira.
A cidade foi o marco do início do Novo Mundo e berço da cultura brasileira. Seu pioneirismo está presente em fatos como o combate à escravidão e o surgimento do teatro no País. Primeira capital de Pernambuco, a 'Marim dos Caetés ou dos Tabajaras' vive do amor de seus moradores e da eterna luta para a preservação da cidade que já foi um museu.
Saques e incêndios. E Olinda enfrenta a irmã Recife
A destruição da cidade museu aconteceu em 15 de fevereiro de 1630, quando da invasão holandesa. Os invasores atracaram na Praia de Pau Amarelo e, no dia seguinte, marcharam até Olinda, guiados pelo traidor, Domingos Fernandes Calabar. Pegas de surpresa, as tropas portuguesas eram inferiores às holandesas. Durante um ano, Olinda foi depredada e saqueada, além de ter seus templos profanados. Em 25 de novembro de 1631, é que viria a destruição total, com a queima da cidade. De todo o incêndio, só conseguiram resistir a Igreja de São João dos Militares, a casa onde funcionava a Santa Casa de Misericórdia e o arquivo do Mosteiro de São Bento.
Após o incêndio, a cidade entra em decadência e o Recife é impulsionado. De reconstrução difícil, Olinda não conseguiu de volta o seu posto de capital, o que definiu a moradia dos portugueses em Recife dali para frente. Os olindenses, por sua vez, organizam um exército sob o comando de Cristóvão de Mendonça Arrais e partem contra os foros e regalias da nobreza no Recife.Após a guerra civil entre cléricos e escravos, contra mascates, o movimento culmina com o 10 de novembro de 1710. Nele, o sargento-mor Bernardo Vieira de Melo dá o primeiro brado de República. A causa de Olinda é perdida e o herói morre em um calabouço em Portugal. (M.H.S.)
Cacau e cana caiana foram aclimatados no Horto de Olinda
Com a economia baseada na cana-de-açúcar ameaçada, Olinda recebeu um dos primeiros hortos botânicos do País, fomentados pela Corte portuguesa como forma de impulsionar novas colheitas, além de auxíliar a medicina. Em 1811, Olinda passaria a contar com o Viveiro de Plantas, ou Real Viveiro de Plantas de Olinda. O nome seria mudado outras cinco vezes, até se tornar Horto Botânico em 1835, popularmente conhecido como Quintas do Rei e atual Sítio dos Manguinhos, no bairro do Bonsucesso.
O primeiro responsável pelos trabalhos no horto, reconhecido em planta como Horto D’EL REY, foi o francês Estevão Paulo Germain, em 1818. O horto recebeu uma grande variedade de plantas e mais de mil espécies entre 1826 e 1830. Além da importância ecológica e econômica, o lugar acabou por influenciar os hábitos alimentares no Estado, com o exemplo da fruta-pão do Taiti.
As plantas e sementes de especiarias vinham diretamente da Europa sofrer aclimatação no Horto, depois eram levadas para o cultivo. Lá, também foram aclimatados a caneleira do Ceilão, o cravo e a noz-moscada das Molucas, a pimenta de Malabar, o algodoeiro de Bourbon, a cana caiana, o cacaueiro, o gengibre, a baunilha dos Sertões e a salsa parrilha do Pará, muito usada para cura de males venéreos.

Religião e Carnaval se misturam na história da cidade
Os blocos carnavalescos de Olinda originaram-se dos presépios, pastoris e ranchos de reis e tinham o intuito de dar oportunidade às mulheres de participarem do carnaval de rua.
Estima-se que tenham surgido em 1915, após desfile pelas ruas de Olinda, levando consigo centenas de foliões. A idéia inicial era formar, antes de tudo, um grupo formado por rapazes e moças de um mesmo bairro. Na marcação do passo, o frevo-canção e a marcha-de-bloco, tocados por uma orquestra de pau e corda ou de frevo. No conjunto das fantasias, expressam um enredo muitas vezes ligado a um fato histórico.
Por tempos, os dirigentes carnavalescos de famosas troças de Olinda estiveram ligados às frentes de irmandades religiosas da cidade. Nos dias de Carnaval, primavam pela rivalidade, e nos dias de quarentena, uniam-se. Os preparativos eram os mesmos: o roteiro do desfile, a mesma banda de música e os mesmos dirigentes e acompanhantes. As diferenças ficavam por conta das túnicas e os hábitos, que substituíam as fantasias do carnaval; as alegorias tornavam-se andores; as marchas de bloco davam vez aos hinos sacros; e a festa pagã transformava-se em cristã.Olinda também pode ser chamada de a capital da Religião Católica. A partir da colonização e povoação iniciada por Duarte Coelho, a cidade recebeu inúmeras ordens, confrarias, associações religiosas que formaram as tradicionais procissões da época e ajudaram a manter firmemente o Estado de Portugal entre nativos e colonizados.

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