Manifestações de intolerância religiosa, artística e racial em Petrolina as margens do Rio São Franciso

Manifestações de intolerância religiosa, artística e racial tem rondado as margens do nosso Velho Chico.

Conforme, reportagem publicada na GAZZETA online (http://www.gazzeta.com.br/estatua-da-mae-dagua-devera-ser-retirada/#comment-596), "A escultura da Mãe D’Água instalada no início do mês de setembro na margem petrolinense do Rio São Francisco deverá ser retirada do local. Por telefone, nesta sexta-feira (28) o artista plástico Lêdo Ivo confirmou que deverá mesmo retirar a estátua, o que aconteceria nesta tarde, mas foi adiado para segunda ou terça-feira. Ele explicou ter recebido uma proposta para vender a estátua."
"O anúncio da retirada do monumento acontece em meio a uma enxurrada de críticas feitas por segmentos religiosos e por políticos de Petrolina que atribuem ao monumento uma apologia à Iemanjá. Ivo disse ainda que toda a discussão sobre a estátua, principalmente nas redes sociais, aumentou a exposição da obra."

Algumas sérias considerações devem ser feitas.Este é um país livre, com Estado laico e de direito.
Além do racismo camuflado, os ataques à estátua não apenas são inadmissíveis moralmente.
Intolerância religiosa é agressão à Constituição brasileira. A estátua é da Mãe D'Água.Mas e se fosse realmente de Iemanjá?
A Constituição da República Federativa do Brasil garante liberdade de culto neste país. O que não nos deve olvidar uma outra liberdade: a ARTÍSTICA.

Outrora não-católicos eram perseguidos, estigmatizados e preteridos de forma aberta ou camuflada até a separação entre Estado e Igreja a partir da Constituição de 1891. Isto abriu caminho para uma maior pluralidade e liberdade para que as pessoas vivessem sua fé cada vez mais sem imposições.

Mas voltando à estátua no Rio São Francisco, há ao menos três processos articulados: a) racismo; b) intolerância religiosa; c) intimidação à produção artística.Há muito mais em jogo do que as aparências indicam.
Que as vozes pela liberdade, pela democracia e pela igualdade se façam ouvir.
 Descolonizemos nossas mentes.
Atenciosamente,

Nilton de Almeida Araújo
 Observatório de Estudos em Educação, Trabalho e Cultura,Colegiado e Ciências Sociais

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